domingo, 6 de junho de 2010

EaD 2.0

EaD 2.0 

(Para melhor contextualizar o conteúdo aos propósitos formativos pretendidos, a expressão "e-learning 2.0" foi substituída por "EaD 2.0")

Com a mudança de paradigma para a Web 2.0, surge uma nova e variada gama de aplicações online para os mais diversos propósitos (blogs, wikis, podcast, editores de páginas online, ferramentas colaborativas, etc). A utilização destes recursos, além de ser gratuita, não exige que o usuário tenha grandes conhecimentos de programação e de ambientes sofisticados de informática para poder acessar à informação, e, sobretudo, para participar ativamente em todo o processo. De acordo com esta nova filosofia, os professores e alunos tornam-se produtores da informação, distribuindo e partilhando através da Internet os seus conhecimentos e idéias de forma fácil e rápida. 

Neste contexto é possível equacionar novos cenários para a educação a distância, cenários esses que passam pela substituição das plataformas tradicionais de apoio ao ensino e aprendizagem (sistemas gerenciadores de aprendizagem / learning management system - LMS) por ambientes virtuais personalizados, em que professores e alunos usam as ferramentas com que lidam diariamente para comunicar e interagir em ambientes não formais ou informais. A EaD 2.0:
  • possibilita a criação de ambientes de aprendizagem mais personalizados e adaptados ao estilo de cada aluno;
  • permite que o docente (autor, professor e tutor) tenha à sua disposição um conjunto de ferramentas gratuitas para a comunicação e apoio à aprendizagem;
  • promove a integração do grupo em comunidades virtuais que partilham os mesmos interesses e necessidades.
De acordo Downes (2006: 11), implementar modelos de EaD 2.0 implica:
  • Estender a plataforma: EaD 2.0 significa ultrapassar as fronteiras dos sistemas gerenciadores de aprendizagem para utilizar um conjunto de softwares sociais gratuitos e recursos interativos da Web que passam a ser a plataforma por excelência de oportunidades de aprendizagem social e individual.
  • Facilitar a criação de redes sociais: EaD 2.0 significa facilitar experiências sociais que favorecem a integração entre pessoas e grupos que podem comunicar e trabalhar colaborativamente a distância na rede global.
  • Apostar na formação ao longo da vida: EaD 2.0 significa usar nos processos de educação formal as mesmas ferramentas que os alunos e docentes usam no seu quotidiano para comunicar, interagir e partilhar opiniões e saberes.
  • Criar comunidades de aprendizagem: EaD 2.0 significa alargar as fronteiras do grupo em formação a outras comunidades online que partilham dos mesmos interesses e necessidades, na perspectiva holística que está subjacente ao conceito de “comunidade de prática” de que fala Wenger, (1998).
A lista de ferramentas da Web 2.0 que podem mediar processos de ensino-aprendizagem é bastante extensa. Neste primeiro post serão descritas ferramentas oferecidas pela empresa Google, com aplicabilidade pedagõgica no contexto da EaD 2.0.

Uma dessas ferramentas é o Google Agenda. Trata-se de um serviço que permite adicionar, controlar eventos, compromissos, compartilhar a programação com outras pessoas, agregar à sua diversas agendas públicas, entre muitas outras funcionalidades. Esta ferramenta poderá servir em diversas atividades de educação a distância – caso, por exemplo, da tutoria online - para agendar encontros, bem como para o envio de avisos via mensagens SMS quando determinados eventos estiverem próximos de acontecer, ficando, desta forma, todos os participantes informados do número de faltas/presenças registrados; da mesma forma, será possível diminuir significativamente o esquecimento nas datas de envio de trabalhos, correções e feedback.

O Google Docs possibilita criar e editar textos, planilhas de cálculo e apresentações (slides) substituindo programas clássicos como o Word, o Excel ou o Power Point. Um dos recursos mais peculiares é o acesso compartilhado aos documentos, ou seja, permite a edição do mesmo documento por mais do que um utilizador, bem como o recurso para publicação direta numa página web ou inserção em um site, blog, ... .  Nos cursos da EaD 2.0 esta ferramenta poderá ser utilizada para que docentes e alunos trabalhem de forma colaborativa, permitindo ou restringindo o acesso da edição dos documentos por parte dos restantes membros do grupo. Nas atividades de tutoria online o GoogleDocs pode servir eficazmente para o apoio individualizado do tutor, bastando para tal que o documento seja editado apenas pelo aluno ou grupo de alunos o tutor.

O Google Sites permite a criação de páginas online sem exigir grandes conhecimentos de informática. O sistema assemelha-se muito a um editor de textos e, por isso mesmo, de forma rápida e simples os docentes e alunos podem criar sites que podem funcionar como portfólios digitais dos materiais desenvolvidos durante um curso em EaD.

Nestes novos ambientes de EaD 2.0, a idéia base será a de eliminar barreiras físicas, sociais e culturais e levar o conhecimento a qualquer lugar, proporcionando maior gosto e motivação pela aprendizagem e aproximando as pessoas pela criação de comunidades de prática. Tal como sugere Downes (2006), trata-se de entender a Web como um espaço de participação, partilha e colaboração, uma porta aberta para concepções de aprendizagem mais abertas e flexíveis em que o aluno constrói e reconstrói o seu próprio percurso.

Experimentos e exemplos:
Experimentos e exemplos das ferramentas citadas e de outras ferramentas da Web 2.0 podem ser encontradas no meu site pessoal. É só clicar em ...

Referenciais:

BOTTENTUIT JUNIOR, J. B.; COUTINHO C. P. Do e-learning tradicional para o elearning 2.0. Revista Paidéi@, UNIMES VIRTUAL, Volume 1, número 2, dez.2008. Disponível em: http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br. Acesso em: 06/06/2010.

Referenciais citados pelos autores:
BOTTENTUIT JUNIOR, J. B.; COUTINHO, C.P. O Uso do Google Pages como Portfólio Digital. 2008. Revista Prisma.com, nº6, p.141-157.

DOWNES, S.. E-Learning 2.0. Disponível em: <http://www.elearnmag.org/subpage.cfm?section=articles&article=29-1> e consultado em: 24/05/2008.

WENGER, E. (1998). Communities of practice: Learning, meaning, and identity. Cambridge: University Press.